Que o ESG assumiu o protagonismo nas pautas corporativas não é nenhuma novidade, certo? Mas, você já parou para pensar que não tem como ter sucesso nessa agenda sem investir na educação ambiental?
Para facilitar o entendimento do que isso significa é interessante entender quais fatores possibilitaram a ascensão do ESG no mundo.
Os grandes empresários entenderam que se o planeta não é capaz de fornecer recursos naturais não há como produzir e, por consequência, não há empresa.
Na agricultura, por exemplo, a escassez de chuvas pode inviabilizar as plantações ou, no mínimo, aumentar muito o custo de produção.
Ou seja, a sustentabilidade passa para outro patamar. Não é mais apenas algo para manter uma boa imagem, ela impacta diretamente na saúde financeira de uma organização produtiva.
O mercado de capitais assumiu o posicionamento de priorizar investimentos para empresas que atuam de acordo com a agenda ESG. Dessa forma, cada vez mais as corporações estão sendo pressionadas a adotarem esses pilares como cultura corporativa para não correr o risco de perder recursos de investidores.
Os grandes players do setor financeiro entenderam que não é um bom negócio investir em firmas que não atuam de forma transparente no mercado, que são inseguras do ponto de vista socioambiental e que não se preocupam com pautas como diversidade e desenvolvimento humano.
Organizações que não têm aderência ao ESG apresentam um risco alto. Muito dinheiro pode ser perdido com processos judiciais, paralisações de produção, negociações para ressarcimento ou mitigação de danos e desgaste de imagem.
A educação ambiental, tratada de forma generalista, é um instrumento para promover a sustentabilidade; ensinar hábitos de consumo mais responsáveis com o meio ambiente; fortaler práticas fundamentais como a compostagem, a reciclagem, o combate ao desperdício de recursos; entre outras.
Dentro de uma empresa, além desse papel de entendimento dos impactos das atividades e da execução de ações já estabelecidas, é possível criar programas de incentivo à inovação e ao desenvolvimento de novas soluções para os problemas.
O fato é que, muito antes do ESG ganhar todo esse destaque no mundo, o Brasil já tinha dado passos neste sentido. Desde 1999, com a promulgação da lei federal nº 9.795 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, há uma chamada a esse compromisso por parte das organizações.
A legislação estabelece, em seu artigo 3º, inciso V, a obrigação das empresas de: “promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente”
Esse processo, quando bem executado, permite ampliar a visão do indivíduo sobre o seu papel social e ambiental no mundo. O conhecimento aproxima as pessoas do propósito e isso viabiliza as mudanças necessárias.
Em outras palavras, a educação ambiental é uma ferramenta para ESG, porque constrói nas empresas a consciência de preservação, a partir dos valores, saberes, reflexões e ações que resultam em escolhas melhores para o futuro.
Os consumidores estão mais atentos e muito engajados em questões ambientais e sociais. São formadas verdadeiras comunidades para mobilização em prol das pautas de interesse coletivo.
Pessoas da geração Z têm movimentado o mercado, criticando ativamente e até “cancelando” empresas que não atuam além do discurso. São menos consumistas do que gerações anteriores, preferem gastar dinheiro com experiências do que com itens que elas consideram supérfluos.
Considerando que esses jovens são profissionais e clientes do presente e do futuro, pode-se dizer que essa mudança de postura social altera a forma de fazer negócios. O trabalho agora deve ser embasado por propósitos reais e isso é muito relevante, especialmente no médio e longo prazo.
Nesse sentido, a educação ambiental é uma ferramenta importantíssima para a construção da cultura corporativa alinhada aos propósitos da agenda ESG.
Quando se trata de educação ambiental é fundamental entender que para obter os resultados esperados é necessário que os treinamentos e o envolvimento sejam constantes. Ações isoladas, em datas comemorativas, não são suficientes para promover o engajamento necessário à mudança de comportamento.
A sugestão é criar um planejamento trimestral com os temas que serão trabalhados, relacionando as metodologias, objetivos, metas, recursos e orçamento disponível.
Veja abaixo um exemplo:
Quadro 1: Planejamento de ações de educação do mês de janeiro
Quadro 2: Planejamento de treinamentos e eventos do mês de fevereiro
Quadro 3: Planejamento de ações do mês de março
É importante que a cada final de trimestre seja feita uma avaliação dos resultados alcançados e que sejam identificadas as oportunidades de melhoria para as ações implementadas, de forma a promover o aperfeiçoamento dos treinamentos e eventos realizados.
Adaptar a cultura de uma organização para o ESG não é uma tarefa simples, e quando se trata da relação com o meio ambiente, geralmente envolve mudança de hábitos, o que torna o desafio bem grande e constante.
A boa notícia é que esse trabalho é capaz de motivar evoluções necessárias, muito gratificantes e benéficas para a empresa, para os indivíduos e especialmente para a saúde do planeta.
Autoria: Emanuela Figueiredo
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