O marketing verde é relevante porque os consumidores estão cada vez mais interessados em contribuir com a sustentabilidade ambiental. Eles passaram a escolher empresas pelo seu posicionamento e compromentimento com essa causa.
Também conhecido como ecomarketing e marketing ambiental, o marketing verde é uma estrátegia de comunicação focada em destacar a relação positiva de uma marca com o meio ambiente. O que a empresa faz para que as suas atividades sejam mais sustentáveis ou menos impactantes para a natureza.
De forma sucinta, estamos falando de marketing de causa com apelo ambiental.
Essa é uma estratégia ampla e geralmente está intimamente relacionada com outros temas de impacto social.
Na década de 60, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, houve um despertar das pessoas para os problemas ambientais. A partir daí começaram os movimentos para colocar em pauta a questão e buscar soluções.
Mas, somente nos anos 90 foi possível perceber os impactos desse posicionamento no mercado e a sua consolidação com cada vez mais organizações aderentes.
Isso foi muito impulsionado devido às transformações sociais que permitiram a ampliação do acesso a informação pelas pessoas, graças à internet.
Inicialmente o marketing representava um dos pilares de apoio do mundo dos negócios, uma ponte entre o setor produtivo e o comercial. Sua principal função era gerar demandas. Entretanto, ao longo das décadas, com a evolução dos meios de comunicação e consolidação da internet, esse “departamento” foi se aprimorando ao ponto de se tornar estratégico.
Philip Kotler, um dos principais gurus do universo mercadológico, em seu livro “Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano”, dividiu o marketing em três fases.
1 – Foco no produto. O trabalho concentrava-se em como efetuar a venda.
2 – Foco no cliente. As ações eram para que ele voltasse e comprasse mais.
3 – Foco nos valores. Nessa fase, o consumidor não participa do processo apenas como mero comprador, mas também no desenvolvimento dos produtos da empresa, nas comunicações que a mesma realiza, na construção da sua imagem e reputação. Aqui as transações não se baseiam exclusivamente em produtos e serviços, mas, também em valores.
Os consumidores estão mais inteligentes e exigentes, têm acesso à tecnologia, à informação vasta, criam conteúdo, se interessam mais pelos problemas da sociedade e passam a escolher empresas e marcas pelo seu posicionamento.
A relação entre o cliente e a marca se estreita, e isso tem se tornado ainda mais potente quando o comprador é uma empresa.
A ação de comprar dando preferência às marcas que se engajam com as mesmas causas, como por exemplo, a preservação do meio ambiente, redução da pobreza, feminismo, liberdade sexual, promoção da justiça social dentre outras é uma prática cada vez mais comum.
Dessa forma, as organizações são pressionadas a agir para não correr o risco de perder mercado para concorrentes mais alinhadas com os propósitos dos seus clientes.
Antigas regras do marketing passam a não surtir efeito satisfatório e o desafio é grande. Envolve criatividade, inovação, responsabilidade, colaboração, empenho, investimento e trabalho integrado de muitos profissionais de áreas variadas.
A imagem social da empresa, comunicada pelo marketing verde, tem mais poder frente aos clientes e é um caminho sem volta. Uma vez que se assume essa postura, qualquer deslize pode comprometer a sua reputação de maneira irreversível. Casos recentes de “vacilo na gestão ambiental”, ocorridos no Brasil, provam o quanto isso é sério.
Quando uma marca decide adotar essa estratégia, o seu posicionamento não pode ser apenas externo. Para que o marketing verde se sustente é necessário que a organização viva esse valor. A sustentabilidade ambiental deve ser um compromisso alinhado ao propósito da empresa. Ela precisa estar em seus projetos e na sua cultura, ou seja, todos os envolvidos devem acreditar em sua viabilidade e importância. Publicidade apenas não basta.
E se você é profissional da área de controle e gestão ambiental, o seu papel nesse processo é muito importante. As boas práticas que que são comunicadas com a estratégia de marketing verde são sustentadas ou não, nas ações, rotinas e decisões tomadas pelo seu departamento.
Assim, a escolha de um parceiro, prestador de serviço ou fornecedor idôneo e comprometido com as políticas de gestão da sua empresa, tem muito mais peso do que se imagina. Não se limita a evitar multas e problemas legais de cunho fiscalizatório.
Sabe aquele ditado, “me diga com quem tu andas e eu direi quem tu és”? Pois é, nesse caso é perfeitamente aplicável, já que a responsabilidade é compartilhada, o famoso e tão falado termo “corresponsável”.
Resumindo, em terra de consumidores engajados e influenciadores, quem consegue conquistar e manter a confiança é rei.
Autoria: Emanuela Figueiredo
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